Sua Santidade, o Primeiro-ministro, disse numa merda qualquer no estrangeiro que era o dono da política económica do país. Pronto, ficámos todos esclarecidos sobre o socialismo do nosso Sócrates. Se é ele que manda então não existe economia privada, pelo que todas as consequências económicas, incluindo falências e insolvências, são da sua responsabilidade. Que alívio, não é?
Um bocadinho mais à frente, Sua Majestade, o Sócrates, disse que a esquerda sabia governar com responsabilidade e só quem é de direita é que acha o contrário. Foda-se, a sério? Eu a julgar que eram as pessoas de esquerda que achavam que as pessoas de esquerda não governavam com responsabilidade.
José Sócrates: O governo está disponível para fazer tudo o que for necessário fazer. Andámos aqui 5 anos a tocar viola mas agora é que é. Vamos tomar medidas... no geral. Gostei muito de estar com este senhor que está aqui ao meu lado porque ele também parece concordar que é preciso tomar medidas e pelos vistos gostamos do mesmo tipo de roupa interior. Tomar muitas medidas. Temos de dar uma imagem de credibilidade e confiança. Temos de fazer cenas nesse sentido. Já mandámos preparar um daqueles esticadores que vamos pedir emprestado ao estrangeiro em troca dos submarinos. O governo ouviu com atenção as propostas do PSD que ainda há uma semana atrás eram um monte de merda, mas agora está tudo bem. Enquanto o João Galamba estiver confiante nós estamos confiantes.
Passos Coelho: O PSD tem sentido de responsabilidade e está disponível para ajudar o governo a tomar medidas. Fizemos uma série de propostas no sentido de que é preciso fazer crescer a economia e outras cenas. Como?, não é muito relevante, o que importa é ter confiança e fazer muita força sem que isso prejudique directamente as minhas truces Armani que, se repararem, são muito parecidas com as do senhor Primeiro-ministro. Sabemos que é preciso fazer com que a economia cresça. O PSD está disponível para fazer turnos no esticador. Estamos muito empenhados e determinados, pelo menos a dizer que estamos empenhados e determinados. Desde que o Vasco Campilho esteja satisfeito nós estamos satisfeitos.
Finalmente, unidade no PSD! Bastou chegar o sol e o calor e... amigos como dantes! No fundo, o PSD passava pelo período negro, reflexo de um inverno rigoroso com muita chuva e melancolia, talvez até algum rancor. Morais Sarmento é ainda o único que se mostra renitente em se juntar a este novo PSD unido e forte. É provável que seja um delayzito provocado pelos socos que levou na cabeça na sua fase Belarmino.
Mas, pronto, o importante é ver que o PSD está firme e consistente, apenas em dois dias, como uma árvore secular. Ai, espera! Mas essas às vezes não ficam ocas por dentro por causa do bicho da madeira (sem link)? Não interessa, a mensagem que passa cá para fora é que é importante.
E foi exactamente essa mensagem que me deixou comovido. O novo líder do alerta laranja tem feito inúmeros esforços para que não lhe façam a ele o que ele andou a fazer durante dois anos aos outros. É como se estivesse a dar-se a si próprio como exemplo do que não se deve fazer para estabilizar o partido. Não sei se estão a compreender... Em rigor, é toda uma transformação do dito popular "não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti" em "não me façam a mim o que eu andei a fazer aos outros", e parece que está a ter uma enorme aceitação de todos os quadrantes, excepto, claro, do Belarmino. A técnica tem, aliás, servido para imensos números de variedades levados acabo pelos sequazes passistas. Em tempo de eleições havia aquela história de renovar o partido e ter Fernando Ruas como mandatário. Depois era que o partido precisava de inovação e agora aparece Carreiras, homem do aparelho, a dirigir um instituto de estudo político. Se repararmos, a técnica tem a mesma natureza, neste caso aquilo que estava bem no PSD eles mantém com o que está mal nas suas listas.
Com efeito, é de esperar que Passos Coelho chegue a Primeiro-ministro. Cumpre, até ver, todos os requisitos e serve muito mais o gosto dos portugueses do que este tipo que lá está agora, o Teixeira dos Santos.
Excertos retirados do Facebook da candidatura do mesmo. Ou seja, isto são as melhores partes do Manuel Alegre.
O PS já percebeu que quem me apoiar terá de apoiar-me tal como sou. Daí o Fernando Nobre.
Sempre soube que a a Politica era algo demasiado puro para se meter com as porcarias da Economia e das Pessoas.
A Politica só se mistura com a Poesia e alguns ramos da Matemática Teórica.
As agências de Rating são os avatares da presença do Demiurgo no reino sub-lunar. É obrigação dos Puros lutar contra a sua influência corruptora.
Estamos fartos do Socialismo Europeu.
Os meus conhecimentos profundos de Poesia e Politica, criaram uma carapaça de indiferença ao ridículo que me permite falar de economia.
Olha, nem eu sei muito bem o que é que queria dizer com isto...
Nós advogamos um corajoso e inequívoco passo ao lado!
(...)
Andam praí a dizer mal de mim.
Se pensam que eu vou comer e calar tão muito enganados:
Nem eu nem o Governo temos conhecimento sobre o que se passa dentro da maior empresa do país e que, por total acaso, é participada pelo Estado e tem administradores por ele nomeados.
O nosso desconhecimento sobre o que se passa dentro da nossa esfera de competência não pode, nunca, ser posto em causa!
Se vocês acham que nós temos algum interesse por televisões, jornais e assim não só são estúpidos, como são malucos. Comunicação Social LOL!
Vocês são todos testemunhas que aqueles cabrões da comunicação social só dizem o que lhes dá na gana.
Esta é a verdade dos factos que nenhuma especulação poderá desmentir.
Não me venham com tretas que vocês sabem muito bem que eu tenho razão.
3. Mas a este propósito quero ainda dizer o seguinte:
Mas ainda não me calei! Ah não!
Como democrata, repudio tudo o que me possa deixar ficar mal. Aliás era o que vocês, seus bostas, deviam fazer se fossem pessoas de bem. Como eu.
Ver parágrafo anterior.
4. Mas quero ainda dizer aos Portugueses o seguinte:
Ah! Lembrei-me de mais uma cena!
Eu, ao fazer o só que me apetece, garanto o bom funcionamento das instituições, elevo o nível do debate politico, modernizo o país, recentro debate nas verdadeiras questões.
´Cause I'm cool like that.
Sei muito bem o que quero fazer, aprovar o OE para que possa curar os cegos e os escrofulosos, fazer os paralíticos andar e reconquistar a confiança dos mercados internacionais.
É nisto que estou empenhado, em aguentar mais quatro anos no governo ... porque não sei o que me vai acontecer quando ficar sem imunidade.
A todos vocês que votaram nos partidos que criaram ou vão deixar passar este aborto,
metam o vosso dever civico na peida!
Diz que o ministro das obras públicas - pessoa de quem ainda não tive tempo para decorar o nome e que como tal julgarei sempre que se chama Severiano Teixeira, que foi o único nome de ministro que decorei para este propósito - declarou que o TGV tornaria Lisboa na praia de Madrid.
Ora, eu não percebo nada de obras públicas, mas quer-me parecer que Lisboa de praia tem pouco. Nem é por ter um rio, é mais por causa do contrato de quarenta e tal anos que a Câmara de Lisboa assinou com a carga pronta e metida nos contentores. Nem quero parecer desmoralizador, mas se é de turismo que Lisboa precisa, então se calhar o melhor era começar por varrer o lixo, não vão as visitas estranhar aquele aroma nuclear da Costa da Caparica.
Ainda assim, e tendo em conta que se podem aproveitar as praias da linha potenciando um arrastão à séria, o que era óptimo para a economia paralela, o facto do TGV e o Aeroporto ficarem um bocadinho à desamão, fazia com que um gajo que saísse de Madrid para vir tomar uma banhoca à foz do Tejo ainda perdesse umas boas 2 horas no trânsito.
Onde é que eu quero chegar com isto? É simples, parece-me que mais do que uma questão de honra ou orgulho isto é - como dizer sem ferir susceptibilidades? - estúpido. No fundo, tal como eu, a grande parte das pessoas que respira em Portugal não sabe o nome do senhor e isto foi tudo um golpe para chamar à atenção.
Aposto que há uma gaveta no gabinete do Primeiro-ministro com "as frases mais loucas para os ministros das obras públicas com um passado no obscurantismo estalinista".
Estão sempre a cascar no bloco central, mas a verdade é que tanto o PS como PSD escolhem os seus melhores para resolver os problemas da nação. Especialistas.
Primeiro apareceu António Preto, com base em toda a sua experiência, a sugerir medidas de fiscalização contra a corrupção. Agora sabemos que também Ricardo Rodrigues é um especialista nesta matéria.
Não temos de nos preocupar. Estamos na mão de gente que sabe da poda.