Morreu Tony Carreira. O cantautor português tinha 60 anos e não resistiu a uma doença prolongada daquelas fodidas. Alguns amigos lembram a sua importância para o cançonetismo popular e o carinho que sempre recebeu do povo. Carreira era uma das vozes mais apreciadas pelo povo português, dentro e fora do país. A sua prestação como músico e arauto dos sonhos não se esgotava em Portugal e por todos os cantos do mundo, onde houvesse um português, lá estava Tony e os seus "sonhos de menino".
Apesar de ser considerado um produto popular medíocre pela grande parte dos musicólogos, o Presidente da República Manuel Alegre interrompeu as suas férias numa coutada no Alqueva para vir prestar a homenagem a um homem que considerou ser "uma das maiores referências para a diáspora portuguesa (...). Um homem que lutou por sonhos e deixou sempre esse legado a quem o ouviu".
Presentes no seu funeral estiveram também o Presidente da Câmara de Lisboa, Marcos Perestrello, que disse ser agora necessário tratar de tudo para que Carreira descanse em paz no Panteão Nacional, e também Edite Estrela. A socialista lembrou que o PS esteve sempre do lado da cultura e, apesar de não ser uma apreciadora, sentia que o Partido Socialista lhe devia esta homenagem por simbolizar uma grande inspiração para todos.
A presença de milhares de cidadãos hoje no Parque Eduardo VII, com o patrocínio do Modelo, torna inquestionável a relevância do artista num país em que o disco de platina se alcança com meia dúzia de exemplares vendidos.